Os maiores colégios eleitorais da Paraíba vão dar o tom da campanha de 2014. A julgar pelo número de eleitores, os municípios de João Pessoa, Campina Grande, Santa Rita, Bayeux, Patos, Sousa, Cajazeiras, Guarabira, Sapé e Cabedelo terão o poder de definir a eleição. É o que prevê o cientista político e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Jaldes Reis de Meneses, e o consultor político, Maurício Romão. Juntas, essas cidades aglutinam 44,66% do eleitorado paraibano, ou seja, 1.193.876 eleitores dos 2.589.304 existentes.
Na avaliação dos estudiosos, João Pessoa e Campina Grande serão cidades decisivas na disputa. Elas possuem 760.444 (26,60%) eleitores. Dessa forma, quem tiver mais força política nesses municípios iniciará a disputa com o pé direito e com grandes chances de chegar ao Palácio da Redenção.
João Pessoa detém 17% do eleitorado do Estado e é administrada por Luciano Cartaxo (PT). Além do petista, o governador Ricardo Coutinho (PSB), o ex-governador José Maranhão (PMDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo (PEN), têm grande representatividade política na cidade. Na eleição para prefeito, em 2012, dos 480 mil eleitores da Capital, 142 mil votaram no PT no primeiro turno. O restante, quase 60% do eleitorado pessoense, se dividiu entre PSB, PMDB e PSDB.
Para Maurício Romão, por estar dividido entre esses partidos, o maior colégio eleitoral do Estado pode não ser o fiel da balança em 2014. “Nesse contexto, é difícil dizer se João Pessoa tem força para definir uma eleição. Tudo dependerá, além do número de eleitores, da força política dos candidatos e de sua aderência junto ao eleitorado”, avaliou.
Para Jaldes Reis, o peso eleitoral de João Pessoa em uma disputa estadual não se dá apenas pela quantidade de eleitores. “Deve-se levar em consideração também a possibilidade estratégica de criar ondas eleitorais a partir da Capital até os demais municípios do Estado, pois essas ondas não migram dos pequenos municípios para os grandes”, ressaltou.
João Pessoa detém 17% do eleitorado do Estado e é administrada por Luciano Cartaxo (PT). Além do petista, o governador Ricardo Coutinho (PSB), o ex-governador José Maranhão (PMDB) e o presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Marcelo (PEN), têm grande representatividade política na cidade. Na eleição para prefeito, em 2012, dos 480 mil eleitores da Capital, 142 mil votaram no PT no primeiro turno. O restante, quase 60% do eleitorado pessoense, se dividiu entre PSB, PMDB e PSDB.
Para Maurício Romão, por estar dividido entre esses partidos, o maior colégio eleitoral do Estado pode não ser o fiel da balança em 2014. “Nesse contexto, é difícil dizer se João Pessoa tem força para definir uma eleição. Tudo dependerá, além do número de eleitores, da força política dos candidatos e de sua aderência junto ao eleitorado”, avaliou.
Para Jaldes Reis, o peso eleitoral de João Pessoa em uma disputa estadual não se dá apenas pela quantidade de eleitores. “Deve-se levar em consideração também a possibilidade estratégica de criar ondas eleitorais a partir da Capital até os demais municípios do Estado, pois essas ondas não migram dos pequenos municípios para os grandes”, ressaltou.
Cinco áreas eleitorais
Jaldes acredita que a Paraíba está dividida em cinco áreas eleitorais: João Pessoa e Campina Grande, municípios médios (Bayeux, Santa Rita e Cabedelo), cidades do Brejo (Guarabira, Sapé), do Sertão (Patos, Sousa e Cajazeiras) e municípios de menos de 30 mil eleitores.
“Na verdade, nestes municípios estão enraizados dois blocos que disputam o poder político local, sendo muito difícil fugir desta polarização. Nas eleições estaduais, estes grupos se alinham, em geral, à candidatura do governo e da oposição. Com certeza, este tipo de alinhamento acontecerá em 2014”, afirmou.
Segundo ele, Campina Grande perde, em termos relativos, espaços para a Região Metropolitana de João Pessoa, mas se destaca por votar maçicamente nos candidatos oriundos da própria cidade. “Enquanto isso, João Pessoa tem um comportamento mais cosmopolita. Mas são realidades em transformação e cada eleição tem sua própria história”, ponderou.
Definição de apoios na PB
A definição dos apoios na Paraíba dependerá das candidaturas à presidência. É o que afirma Maurício Romão. Segundo ele, se o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, for candidato a presidente, fortalecerá ainda mais a postulação de Ricardo Coutinho, mas poderá abrir uma brecha para a polarização entre o PSDB e o PT, nacionalmente.
“O grupo PT, PP e PSC, certamente, terá candidato, até para fazer palanque para Dilma. O PSB se cacifa mais com Campos na disputa. Mas depende de como o eleitorado paraibano percebe seu governo. Se tiver uma boa avaliação, ele tende a sair na frente. O PSDB precisa dar palanque a Aécio Neves. A questão é se terá candidato competitivo”, disse Romão.
Segundo ele, este também é o problema do PMDB. “Sem renovação, tende a ter participação menos influente em 2014. PMDB e PSDB saindo com os mesmos candidatos de sempre causam o que se convencionou chamar de fadiga de material”, frisou.
Histórico do pleito de 2010
Em 2010, o governador Ricardo Coutinho, contrariando as pesquisas de opinião, foi o vencedor do primeiro turno obtendo 11.790 votos de vantagem sob o então governador José Maranhão, tido como favorito.
Em João Pessoa, Ricardo teve 213.811 votos contra 138.776 de José Maranhão. Em Campina, o socialista recebeu quase o dobro de votos do adversário. Com o apoio de Cássio Cunha Lima, Ricardo foi votado por 130.157 eleitores e o peemedebista, por 68.784, uma diferença de 75.035 votos.
As duas cidades foram determinantes para Ricardo Coutinho ir para o segundo turno e ser eleito governador, inclusive, ampliando a vantagem sobre José Maranhão de 11.790 para 145.410 votos.
Jaldes acredita que a Paraíba está dividida em cinco áreas eleitorais: João Pessoa e Campina Grande, municípios médios (Bayeux, Santa Rita e Cabedelo), cidades do Brejo (Guarabira, Sapé), do Sertão (Patos, Sousa e Cajazeiras) e municípios de menos de 30 mil eleitores.
“Na verdade, nestes municípios estão enraizados dois blocos que disputam o poder político local, sendo muito difícil fugir desta polarização. Nas eleições estaduais, estes grupos se alinham, em geral, à candidatura do governo e da oposição. Com certeza, este tipo de alinhamento acontecerá em 2014”, afirmou.
Segundo ele, Campina Grande perde, em termos relativos, espaços para a Região Metropolitana de João Pessoa, mas se destaca por votar maçicamente nos candidatos oriundos da própria cidade. “Enquanto isso, João Pessoa tem um comportamento mais cosmopolita. Mas são realidades em transformação e cada eleição tem sua própria história”, ponderou.
Definição de apoios na PB
A definição dos apoios na Paraíba dependerá das candidaturas à presidência. É o que afirma Maurício Romão. Segundo ele, se o presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, for candidato a presidente, fortalecerá ainda mais a postulação de Ricardo Coutinho, mas poderá abrir uma brecha para a polarização entre o PSDB e o PT, nacionalmente.
“O grupo PT, PP e PSC, certamente, terá candidato, até para fazer palanque para Dilma. O PSB se cacifa mais com Campos na disputa. Mas depende de como o eleitorado paraibano percebe seu governo. Se tiver uma boa avaliação, ele tende a sair na frente. O PSDB precisa dar palanque a Aécio Neves. A questão é se terá candidato competitivo”, disse Romão.
Segundo ele, este também é o problema do PMDB. “Sem renovação, tende a ter participação menos influente em 2014. PMDB e PSDB saindo com os mesmos candidatos de sempre causam o que se convencionou chamar de fadiga de material”, frisou.
Histórico do pleito de 2010
Em 2010, o governador Ricardo Coutinho, contrariando as pesquisas de opinião, foi o vencedor do primeiro turno obtendo 11.790 votos de vantagem sob o então governador José Maranhão, tido como favorito.
Em João Pessoa, Ricardo teve 213.811 votos contra 138.776 de José Maranhão. Em Campina, o socialista recebeu quase o dobro de votos do adversário. Com o apoio de Cássio Cunha Lima, Ricardo foi votado por 130.157 eleitores e o peemedebista, por 68.784, uma diferença de 75.035 votos.
As duas cidades foram determinantes para Ricardo Coutinho ir para o segundo turno e ser eleito governador, inclusive, ampliando a vantagem sobre José Maranhão de 11.790 para 145.410 votos.
Eleitos foram mais votados em CG
Das 13 eleições realizadas para governador do Estado entre 1947 e 2010, em 12 foram eleitos os candidatos mais votados no município de Campina Grande. A única exceção aconteceu na disputa entre Wilson Braga (PDS) e Antônio Mariz (PMDB), em 1982. Braga foi o menos votado nos dois maiores colégios eleitorais, mas mesmo assim foi eleito com 509.855 contra 358.146 de Mariz.
Wilson Braga obteve 31.530 votos em Campina Grande e seu adversário obteve 39.760. Em João Pessoa, Wilson foi votado por 48.133 eleitores e Mariz por 58.769, uma diferença de mais de 10 mil votos. Também disputou essa eleição o advogado Derly Pereira (PT). Ele teve 3.918 votos. (Ver tabela do histórico das eleições ao lado).
Ricardo: tratamento igualitário
O governador Ricardo Coutinho declarou que seu governo não é pautado no número de eleitores das cidades. Pré-candidato natural à reeleição, o socialista acredita que não pode haver distinção entre as regiões. Segundo ele, o tratamento tem que ser igualitário tanto nos investimentos, como na campanha política.
Das 13 eleições realizadas para governador do Estado entre 1947 e 2010, em 12 foram eleitos os candidatos mais votados no município de Campina Grande. A única exceção aconteceu na disputa entre Wilson Braga (PDS) e Antônio Mariz (PMDB), em 1982. Braga foi o menos votado nos dois maiores colégios eleitorais, mas mesmo assim foi eleito com 509.855 contra 358.146 de Mariz.
Wilson Braga obteve 31.530 votos em Campina Grande e seu adversário obteve 39.760. Em João Pessoa, Wilson foi votado por 48.133 eleitores e Mariz por 58.769, uma diferença de mais de 10 mil votos. Também disputou essa eleição o advogado Derly Pereira (PT). Ele teve 3.918 votos. (Ver tabela do histórico das eleições ao lado).
Ricardo: tratamento igualitário
O governador Ricardo Coutinho declarou que seu governo não é pautado no número de eleitores das cidades. Pré-candidato natural à reeleição, o socialista acredita que não pode haver distinção entre as regiões. Segundo ele, o tratamento tem que ser igualitário tanto nos investimentos, como na campanha política.
“A Paraíba é muito desigual e eu não posso governá-la em função de onde tem mais votos. Não posso fazer isso. Eu não vou levar uma estrada para uma cidade só porque lá tem mais votos do que outra e é, por isso, que tenho investido em todo o Estado”, afirmou o governador.
Ricardo disse que seu governo é pautado na dignidade, necessidade e no respeito às pessoas. “Se são mil ou um milhão, não importa. Eu tenho que fazer aquilo que é necessário. É por isso que o governo existe em todas as regiões. É por isso que nós estamos nas estradas, nas adutoras como o maior programa que esse Estado já viu. É exatamente essa parte da Paraíba, tão esquecida, que a gente precisa olhar e nós estamos olhando”, destacou.
Para o governador, essa postura terá desdobramentos na eleição de 2014. “Eu acho que as pessoas vão perceber que, enfim, somos um governo que olha para o Estado como um todo e sem discriminar ninguém devido a cor partidária”
Ricardo disse que seu governo é pautado na dignidade, necessidade e no respeito às pessoas. “Se são mil ou um milhão, não importa. Eu tenho que fazer aquilo que é necessário. É por isso que o governo existe em todas as regiões. É por isso que nós estamos nas estradas, nas adutoras como o maior programa que esse Estado já viu. É exatamente essa parte da Paraíba, tão esquecida, que a gente precisa olhar e nós estamos olhando”, destacou.
Para o governador, essa postura terá desdobramentos na eleição de 2014. “Eu acho que as pessoas vão perceber que, enfim, somos um governo que olha para o Estado como um todo e sem discriminar ninguém devido a cor partidária”
Grande representatividade em João Pessoa
Além de ter grande representatividade em João Pessoa, onde foi prefeito por duas vezes, o governador Ricardo Coutinho tem aliados em cinco dos 10 maiores colégios eleitorais. O PSB administra as cidades de Bayeux (Expedito Pereira), e Sapé (Roberto Feliciano).
Os aliados, PSDB e DEM, elegeram os prefeitos de Campina Grande (Romero Rodrigues), Guarabira (Zenóbio Toscano) e Cajazeiras (Denise Oliveira).
A oposição em Guarabira é feita pela família Paulino, do ex-governador Roberto, da ex-prefeita Fátima e do deputado Raniery. A família defende o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo para governador. Em Cajazeiras, o principal opositor da doutora Denise é o deputado Vituriano de Abreu (PSC).
Maurício Romão declarou que ainda é cedo para fazer qualquer tipo de avaliação, mas ressaltou que é indiscutível que o governador Ricardo Coutinho terá certa vantagem sob os pretensos candidatos ao governo. “No atual estado das artes, o PSB tem maior possibilidade de sair na frente, mas tudo depende da avaliação pessoal e administrativa que Ricardo Coutinho terá daqui pra lá”, explicou o consultor.
A avaliação de Jaldes Reis, para esse cenário, também é positiva para o PSB. Segundo ele, há uma predominância do bloco PSB, PSBD, DEM. Contudo, alertou que a eleição é mutante e não se deve confiar, apenas na soma de apoios.
Além de ter grande representatividade em João Pessoa, onde foi prefeito por duas vezes, o governador Ricardo Coutinho tem aliados em cinco dos 10 maiores colégios eleitorais. O PSB administra as cidades de Bayeux (Expedito Pereira), e Sapé (Roberto Feliciano).
Os aliados, PSDB e DEM, elegeram os prefeitos de Campina Grande (Romero Rodrigues), Guarabira (Zenóbio Toscano) e Cajazeiras (Denise Oliveira).
A oposição em Guarabira é feita pela família Paulino, do ex-governador Roberto, da ex-prefeita Fátima e do deputado Raniery. A família defende o ex-prefeito de Campina Grande, Veneziano Vital do Rêgo para governador. Em Cajazeiras, o principal opositor da doutora Denise é o deputado Vituriano de Abreu (PSC).
Maurício Romão declarou que ainda é cedo para fazer qualquer tipo de avaliação, mas ressaltou que é indiscutível que o governador Ricardo Coutinho terá certa vantagem sob os pretensos candidatos ao governo. “No atual estado das artes, o PSB tem maior possibilidade de sair na frente, mas tudo depende da avaliação pessoal e administrativa que Ricardo Coutinho terá daqui pra lá”, explicou o consultor.
A avaliação de Jaldes Reis, para esse cenário, também é positiva para o PSB. Segundo ele, há uma predominância do bloco PSB, PSBD, DEM. Contudo, alertou que a eleição é mutante e não se deve confiar, apenas na soma de apoios.
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