O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) apelou ao ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, por suporte orçamentário para que a Associação de
Assistência à Criança Deficiente (AACD) possa continuar atuando e prestando
bons serviços à população. Depois de informar que o Orçamento do ano passado
previa R$ 7,6 milhões para a entidade, ele criticou o corte dos recursos,
inclusive uma emenda parlamentar de sua autoria, de R$ 1,5 milhão, orientada à
unidade que a AACD está implantando em Campina Grande, no seu estado.
-A bem da verdade, não estamos falando aqui em valores
astronômicos de bilhões em ajuda e renúncias fiscais, mas de uma cifra bem
modesta – afirmou.
Cícero Lucena lembrou a trajetória da entidade,
fundada há mais de 60 anos, em São Paulo, quando a poliomielite vitimava grande
número de crianças no Brasil. Segundo ele, ainda não havia no país atendimento
especializado para crianças e adolescentes com sequelas. Naquela situação,
disse que as crianças não podiam frequentar escola e cresciam à margem do
convívio social. “Foi nesse cenário que a entidade atuou e se impôs com toda a
força do pioneirismo”, destacou.
Atualmente, disse ainda o senador, a AACD possui 14
unidades em plena operação. Ainda esse ano, assinalou, a rede crescerá com a
inauguração da unidade de Campina Grande, onde poderão ser atendidas cerca de
450 crianças por ano, quando alcançar sua capacidade plena. “Vejam que ato
humanístico, pois pelo menos 450 crianças paraibanas deixarão anualmente de
buscar tratamento fora do estado”, comentou.
Cícero Lucena registrou que somente no ano passado a
entidade prestou ao redor de 1,5 milhão atendimentos em toda a rede, incluindo
mais de 200 mil consultas médicas e acima de 7,7 mil cirurgias. Hoje presta
auxílio no tratamento de lesões medular, vascular-cerebral, decorrente de
traumatismo craniano, amputações ou doenças congênitas, entre outras causas.
Para isso, conta com equipes multiprofissionais que
inclui médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, entre
outros, além de corpo técnico diversificado. Disse se tratar de suporte
decisivo para a inclusão social dos atendidos, permitindo que superem as limitações
impostas pelas deficiências.
O senador chegou a defender que o país passe a contar
com sistema de Orçamento impositivo, para evitar, conforme assinalou,
“distorções e injustiça” como a que se praticou com a retenção dos recursos
para a entidade.
Nordeste
O senador também voltou a abordar o problema do
endividamento dos produtores nordestinos, no momento enfrentando novo período
de seca. Entre outros pleitos, ele defendeu o perdão para as dívidas com saldo
inferior a R$ 10 mil, além da imediata suspensão dos vencimentos e das
execuções de cobrança nos demais casos, até que se conclua a renegociação.
Cícero saudou a aprovação de outro debate, na Comissão
de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), para tratar do tema. Devem participar
representante do Tesouro Nacional, do Banco do Nordeste do Brasil e da
federação da Agricultura do Estado da Paraíba.
Ele recordou que, por diversas vezes, já se pronunciou
da tribuna par alertar sobre a gravidade da situação vida pelos nordestinos.
Assinalou que não há “exagero retórico” quando se aponta a atual estiagem como
uma das piores dos últimos cem anos, observando que os dados resultam de
medições e estudos de cientistas que monitoram o clima da região.
-Temos visto cenas de animais morrendo e plantações se
perdendo, com os sertanejos expostos a uma vez mais a situações humilhantes e
desumanas – condenou.
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