Implantado em 209 cidades paraibanas, programa Brasil Alfabetizado vem reduzindo o índice de analfabetismo na Paraíba.
A vontade da manicure Luzia Luís de Souza sempre foi assinar o próprio nome no documento de identidade e na lista de reunião da escola dos filhos. Mas, isso só está acontecendo há 2 meses, quando aos 43 anos, ela aprendeu a escrever as primeiras palavras durante as aulas da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), em uma escola da comunidade do “S”, no Baixo Róger, em João Pessoa.
A manicure está entre os 1.266.889 paraibanos que foram beneficiados com o Programa Brasil Alfabetizado, de 2003 até o ano passado, segundo dados do Ministério da Educação (Mec). O programa do governo federal atende a jovens, adultos e idosos e é executado prioritariamente nos estados e municípios com as taxas de analfabetismo mais elevadas.
No ano passado 72.042 pessoas estavam cadastradas na Paraíba com investimento previsto em R$17.884.060. Esse número de participantes foi o mais baixo registrado no Estado, desde o início do programa, em 2003. A quantidade de alunos de 2012 foi menor até que a encontrada em 2009, quando a iniciativa possuía 131.291 estudantes.
Para continuar diminuindo o índice de analfabetismo na Paraíba, que possuía 616,5 mil pessoas de 15 anos ou mais que não sabiam ler e escrever, conforme dados do Censo 2010, o Brasil Alfabetizado está implantado em 209 cidades paraibanas.
Segundo a gerente de Educação de Jovens e de Adultos da Secretaria de Estado da Educação, Maria Oliveira de Morais, os resultados do trabalho são positivos. Ela disse que o percentual de pessoas que não sabem ler e nem escrever recuou na Paraíba.
“Até 2009, tínhamos um percentual de 22,97% de analfabetismo no Estado. Em 2012, esse índice caiu para 16,83%. Segundo o Ministério da Educação, a Paraíba foi o Estado que mais reduziu o analfabetismo no país. É o retorno esperado”, afirmou a gerente.
Para melhorar a aprendizagem, a Secretaria de Estado da Educação incorporou ao Brasil Alfabetizado o Programa Ler, Entender e Fazer, que foi criado pelo governo do Estado. As aulas do Brasil Alfabetizado duram duas horas por dia e são ministradas em escolas públicas ou em outros ambientes da própria comunidade. O curso termina após oito meses.
Os alunos recebem material didático, e os professores, treinamento. “Essa medida beneficia principalmente pessoas que moram longe e que não podem pagar transportes para frequentar a escola. Entre os alunos estão muitos idosos”, disse a gerente.
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