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Produção de couro no semiárido está ameaçada, revela pesquisa da UFCG

Estudo aponta escassez do angico-vermelho, utilizado no processo de curtimento
Matéria-prima da vestimenta e de grande parte dos acessórios do vaqueiro nordestino, o couro proveniente de processos primitivos de curtimento de pele animal está com sua produção ameaçada. É o que garante uma pesquisa desenvolvida no Centro de Saúde e Tecnologia Rural (CSTR) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus de Patos.
“O curtimento da pele para fabricação do couro é uma prática antiga, e se dá através dos taninos, que são substâncias encontradas em vegetais, principalmente no angico-vermelho, que precipitam proteínas presentes nas peles, transformando-as em couro”, explica o aluno Gregório Mateus Santana, do curso de Engenharia Florestal, autor da monografia.
Segundo o estudante, a utilização desenfreada do angico-vermelho nos curtumes tradicionais está levando esta espécie à escassez. “Em Cabaceiras, grande centro de produção de artesanato em couro, a demanda por cascas da planta, em apenas três anos, quadruplicou-se de 50 para 200 toneladas por ano. Considerando-se o peso médio de casca/árvores de 50 kg, este consumo corresponde ao abate anual de 4 mil árvores!”, alerta.
Alternativas
Diante da exploração desordenada da espécie, a falta de práticas adequadas de manejo e de uma política de reflorestamento, Gregório realizou um estudo visando identificar outras opções de matéria-prima capazes de, em curto prazo, substituírem total ou parcialmente o angico-vermelho para o curtimento de peles.
A pesquisa, orientada pelo professor Leandro Calegari, levou quatro anos para ser concluída. Foi realizada em amostras de árvores obtidas no Núcleo de Pesquisas do Semiárido (Nupeárido) da UFCG, nos limites do município de Patos, além de áreas dos municípios de Limoeiro do Norte e Pacajus, no Ceará.
Os resultados foram animadores. Das oito espécies analisadas, duas apresentaram viabilidade técnica para substituição do angico-vermelho: a jurema-preta (Mimosa tenuiflora) e o cajueiro (Anacardium occidentale Linn.).
“O teor de taninos condensados encontrado no angico-vermelho foi maior na casca do tronco (aproximadamente 14%). No entanto, outras espécies apresentaram teores bem superiores, com destaque para a jurema-preta (mais de 18%), espécie de ampla ocorrência no semiárido brasileiro”, comemora.
Gregório ressalta, entretanto, que o estudo foi elaborado em caráter emergencial, com o objetivo de fornecer novas espécies potenciais para garantir a permanência desta atividade e não prejudicar a economia que vive desta matéria-prima na região do semiárido, mais precisamente no município de Cabaceiras.
“No semiárido, subsistem práticas anacrônicas que pouco se preocupam com a sustentabilidade. O processo de desmatamento provocado pela ação humana, atrelado às condições ecológicas de seca, apresenta um território com forte tendência à desertificação. A tônica foi, e ainda é, o aproveitamento precário e despreocupado dos componentes da natureza, sem os devidos cuidados com as populações futuras”, adverte.
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