Dois dias depois de ter filiado a
ex-senadora Marina Silva ao seu partido, o governador de Pernambuco, Eduardo
Campos (PSB), afirmou que o país merece ter uma opção que "resgate a
esperança".
"No fundamental, nós [eu e
Marina] estamos de acordo que o Brasil merece ter uma opção que resgate a
esperança, a leveza na política, os valores, a ética e o compromisso com o povo
e a sustentabilidade", afirmou Campos em agenda pública no Recife na manhã
desta segunda-feira (7).
O governador, que se aliou a
Marina num surpreendente acordo político após o Tribunal Superior Eleitoral
vetar a criação da Rede Sustentabilidade, reconheceu a existência de
divergências entre as duas legendas.
"Nós fizemos uma aliança
programática, e nós reconhecemos as diferenças que temos. Tanto é que somos
dois partidos. Um com 60 anos e um com um ano, recém-criado. Vamos aprender um
com o outro. Para o PSB, é muito importante essa convivência com a Rede",
afirmou.
Questionado sobre como o PSB
receberá a ex-senadora --que evita tratar de temas polêmicos, como o casamento
gay ou o aborto--, Campos minimizou as discordâncias e apontou que, em nome do
projeto presidencial, PSB e Rede vão trabalhar sobre pontos de convergência.
"Nós não queremos anular
as nossas diferenças. Queremos reforçar a nossa identidade, que é construir a
nova política. Nós e a Rede entendemos que só há um caminho para fazer essa
mudança de verdade: é enterrar a velha política", disse Campos, durante
vistoria das obras do Hospital do Câncer no Recife.
O presidenciável lembrou que
ele e Marina Silva foram ministros na primeira administração do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
"Somos daqueles que
acreditam que o que une as pessoas não são nomes. A força transformadora de
unir corações e mentes é a força das ideias. Quanto mais essas ideias
preservarem as conquistas que já tivemos no passado, e quanto mais inovadoras
essas ideias forem, elas vão ter a capacidade de construir uma plataforma sobre
a qual em 2014 nós haveremos de ter a tarefa de construir uma chapa
PSB-Rede", disse Campos.
A aliança, segundo Campos, deve atrair outros partidos. O
governador, no entanto, evitou comentar se já existem movimentações com outras
legendas. "Esperamos receber o apoio de outras lideranças políticas que,
muitas vezes, estando em partidos que não comunguem com esse pensamento,
poderão se expressar. O grande objetivo é juntar as boas ideias que nós temos
porque, juntando as boas ideias, vamos juntar as boas pessoas."
Instado a responder se teme
retaliações do PT, Campos foi evasivo. "Vamos viver a vida, minha gente!
Vamos viver a vida como ela é, cada dia a gente vai enfrentando com
tranquilidade, desejando que as pessoas entendam que nossa posição não é contra
quem quer que seja e não é para destruir quem quer que seja. Queremos construir
um jeito diferente de fazer política."
O pessebista disse ainda não
ter conseguido conversar, antes do anúncio, com o ex-presidente Lula.
"Tentei falar com o presidente Lula no sábado, e não consegui. Tive
notícias de que ele estava fora de São Paulo, e não voltei a falar com ele,
porque no domingo não seria o caso".
ESTADOS
Campos afirmou ainda que,
apesar de a aliança PSB-Rede ter se estabelecido no limite final do prazo de
filiações, não houve muitas dificuldades de composição nos Estados. "Na
maioria dos Estados houve como fazer a aliança Rede-PSB", disse.
Folha
0 comentários :
Postar um comentário